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Itália recupera fortuna de Calvi

04/06/08

Roberto Calvi

Peter Popham
The Independent

   ROMA - Parte de um enorme tesouro que um homem conhecido como ''banqueiro de Deus'', Roberto Calvi, estava desesperadamente tentando encontrar quando morreu, foi achada em bancos nas Bahamas.

   Somando um total de US$ 70 milhões, o dinheiro estava perdido desde 1982, quando Calvi foi encontrado enforcado debaixo de uma ponte em Londres. Seu banco, Ambrosiano, tinha quebrado meses antes, devendo milhões de dólares ao Vaticano, à máfia siciliana e a outros.

   Considerada suicídio, a morte de Calvi está sendo agora considerada assassinato e quatro pessoas devem ir a julgamento na Itália.

   Os novos rumos da investigação anglo-italiana sobre o caso foram noticiados pelo La Repubblica, de Roma, semana passada. Segundo os promotores do lado italiano da investigação, o dinheiro foi descoberto em várias contas nas Bahamas, e acredita-se que Calvin estava desesperadamente tentando reavê-lo quando morreu.

   Quando o cadáver foi encontrado, os bolsos de seu casaco estavam cheios de tijolos, mas não havia poeira de tijolo em suas mãos. Sua morte ocorreu logo após o banco, que mantinha estreitos laços com a máfia, o Vaticano e a confraria maçônica italiana, com vários políticos influentes entre seus membros, quebrar com dívidas de US$ 1,480 bilhão.

   Apesar das reivindicações da família na época, o caso só foi reaberto no ano passado, depois que uma equipe de cientistas forenses, encarregada por um tribunal de Roma, concluiu que Calvi foi assassinado.

   Os promotores acreditam que o dinheiro localizado no paraíso fiscal faz parte de uma grande operação que o banqueiro teria organizado junto ao cartel de Medellín.

   Segundo os juristas, milhões de dólares saíram da Colômbia e passaram por vários bancos até aparecer no Ambrosiano das Bahamas.

   Mas o novo rumo da investigação só foi possível graças a uma investigação feita há alguns anos pelo FBI.

   Ao seguir o rastro do dinheiro do cartel de Medellin, os investigadores encontraram os US$ 70 milhões que tinham sido transferidos ao Banco Ambrosiano. Isto fez com que se chegasse à conclusão de que Calvi criou uma rede na América do Sul, com políticos, banqueiros e traficantes, que pretendiam lavar o dinheiro do tráfico.

   Fontes próximas afirmam que Calvi sabia tudo sobre as intrincadas manobras financeiras dos grandes bancos da Itália, inclusive sobre o banco privado do Vaticano.

   Uma testemunha disse recentemente que ''durante a época em que foi detido - de maio a julho de 1981 - e logo depois que foi libertado, muitos estavam trabalhando ativamente para tirar o banqueiro da Itália, porque era um perigo para todos''. Ele sabia demais.

(© JB Online)

Para saber mais sobre este assunto (arquivo ItaliaOggi):

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