A Comissão Européia divulgou planos de montar equipes de reação rápida
para policiar as fronteiras européias, enquanto Espanha e Malta discutem
quem deve lidar com a nova onda de imigrantes ilegais.
Para combater a imigração ilegal, a Comissão da União Européia planeja
montar equipes de reação rápida para policiar as fronteiras do bloco.
As equipes poderiam ser convocadas por um país-membro da União
Européia, que precise de assistência temporária para identificação de
pessoas, gerenciamento de risco, ajuda médica e intérpretes.
O comissário de
Justiça e Assuntos Internos da UE, Franco Frattini, revelou que
especialistas seriam selecionados entre os de serviços nacionais de
guarda de fronteira, e encaminhados a um país mais necessitado de
ajuda pela recém-criada agência de fronteiras da UE.
Frattini tem em vista uma equipe permanente de 250 a 300 agentes
especialmente treinados, que poderiam ser moblilizados de seus países
de origem, dentro de um prazo de dez dias úteis a partir da
solicitação de ajuda.
"Precisamos de uma luta mais eficiente contra a imigração ilegal,
fundamental para a credibilidade e coerência das nossas leis de asilo
e imigração", afirmou Frattini. "Sendo duro na imigração ilegal,
evitamos que imigrantes sejam explorados e removemos o fator-chave na
origem deste problema".
Melhorando a coordenação da
UE
O
plano é parte de um amplo pacote de propostas com o fim de melhorar a
coordenação entre os membros da União Européia. Outro foco do pacote é
um código para vistos de curta duração para os cidadãos dos países do
Terceiro Mundo.
Se a proposta for aceita pelos países-membros da UE e pelo Parlamento
Europeu, facilitaria colocar em prática operações semelhantes para
missões de assistência técnica, ganhando, lentamente, terreno nas
Ilhas Canárias.
As ilhas espanholas localizadas ao largo da costa noroeste da África
estão enfrentando a chegada em massa de imigrantes clandestinos.
Estima-se que mais de dez mil pessoas chegaram através do mar desde o
começo deste ano.
A agência de fronteiras da UE está executando uma missão para ajudar
na identificação dos imigrantes e nos processos de repatriação, assim
como no monitoramento das costas do Senegal e Mauritânia.
Ajuda para Malta
Malta também poderia logo
receber ajuda da UE através de patrulhas italianas e gregas para os
imigrantes que vêm da Líbia, leste africano, tentando chegar à pequena
ilha mediterrânea. Contudo, alguns países-membros guardam restrições
quanto à missão, uma vez que a Líbia não permite patrulha em suas
águas, de acordo com Frattini.
A dificuldade de coordenar a luta contra a imigração clandestina está
sendo destacada pela situação de apuro de 51 eritreus resgatados por
um barco espanhol ao largo de Malta, mas que foram recusados pelo
governo da ilha.
Após os refugiados passarem cinco dias a bordo do barco, Madri
prometeu, na quarta-feira (19/07), receber alguns deles, mas insistiu
que do ponto de vista legal cabe à Líbia e a Malta lidar com a
situação.
O impasse diplomático sinaliza uma nova política linha dura de
Malta. O menor Estado da UE alega já ter mais do esgotado suas
capacidades: são mais de dois mil imigrantes clandestinos em seu solo,
vindos da África à busca de vida nova na Europa.