Immigrazione UN
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Desde a ocupação do Brasil,
passando pela imigração proveniente da Europa, até os dias atuais,
processo representa uma das questões mais candentes nos dias
atuais, em qualquer parte do mundo. |
Os deslocamentos populacionais constituem elementos importantes na
compreensão da história. Com relação ao Brasil, o processo de conquista
e ocupação expressou de forma inequívoca a migração de brancos e negros
de várias regiões da Europa e África para as terras da colônia. Nos
séculos XIX e XX, a imigração proveniente da Europa, Ásia e Oriente
Médio reeditou, sob novas formas, a continuidade desse processo.
Atualmente, não apenas no Brasil como em várias partes do mundo, as
migrações, nas suas mais diferentes expressões, representam uma das
questões mais candentes.
De refugiados de guerra a trabalhadores ilegais, pessoas das mais
diversas origens nacionais e étnicas, classes sociais ou religiões
compõem uma rede de migrações complexa, multifacetada e de amplitude
variada. Xenofobia, trabalho escravo, legislações restritivas, solidão e
frustração são alguns de seus produtos negativos. Uma reflexão que leve
em conta diferentes olhares e a ação de diferentes atores das migrações
contemporâneas se faz necessária.
Dessa forma, o Seminário Migrações: desafios para o Século XXI, que
acontecerá em São Paulo, no Memorial do Imigrante, de 17 a 20 do próximo
mês, propõe abordar a diversidade e a complexidade de questões que
envolvem a problemática das migrações internacionais na atualidade, no
Brasil e em outras regiões do planeta; refletir sobre as ações e
estratégias de organizações governamentais e não-governamentais diante
dessa questão; dialogar com a produção acadêmica e com os sujeitos
desses deslocamentos, como forma de (re)conhecer suas motivações,
problemas e estratégias de inserção em São Paulo ; reunir pesquisadores
e demais pessoas interessadas ou envolvidas diretamente com a questão,
como forma de propor um diálogo e troca de experiências.
Programação
Terça-feira, 17/10 - às 18 horas
Abertura: Migrações: Desafios para o Século XXI
João Batista de Andrade - secretário de Estado da Cultura
Fábio Magalhães – secretário-adjunto da Secretaria de Estado da Cultura
Ana Maria da Costa Leitão Vieira - Diretora do Memorial do Imigrante
Silvia Alice Antibas - Coordenadora da Unidade de Preservação do
Patrimônio Museológico, da Secretaria de Estado da Cultura
Odair da Cruz Paiva - Universidade Estadual Paulista - Campus de Marília
Quarta-feira, 18/10 - das 9h30 às 12h30
Migrações Internacionais
Coordenação: Maria do Rosário Rolfsen Salles
Universidade Estadual Paulista e Universidade Anhembi Morumbi
Imigrantes na Europa: Desafios da Integração
Helion Póvoa - Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ
Para Onde Vai Meu País: Brasileiros nos Estados Unidos
José Carlos Sebe Bom Meihy - Prof. Titular do Departamento de História
da Universidade de São Paulo e Diretor do Núcleo de Estudos em História
Oral /NEHO/USP
Deslocamentos Populacionais na África Contemporânea
Leila Leite Hernandes - Profa. do Departamento de História da
Universidade de São Paulo
Quarta-feira, 18/10 – das 14h30 às 17h30
Organizações Governamentais e Não-Governamentais de Defesa e Auxílio
Coordenação: José Renato de Campos Araújo - Universidade de São
Paulo/USP Leste
Presença Scalabriniana junto aos Migrantes: Contribuições e Limites
Dirceu Cutti, Editor da Revista Travessia e voluntário da Casa do
Migrante
A Caritas e os Refugiados em São Paulo
Pe. Ubaldo Steri - Diretor da Caritas-SP e membro do Comitê de
Refugiados
A Questão das Migrações Contemporâneas
Gianfranco Melino - Diretor da Assindes, São Paulo - Arsenal da
Esperança
O Brasil e a Questão dos Refugiados
Departamento de Estrangeiros/Ministério da Justiça
A Questão dos Refugiados e o ACNUR
Dr. Luiz Varese - Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados -
ACNUR Brasil
O Governo Brasileiro e as Migrações Contemporâneas
Ministério das Relações Exteriores
18 horas - Coquetel
Quinta-feira, 19/10 - das 9h30 às 12h30
Migrações Internacionais para o Brasil: Exclusão e Incorporação
Coordenação: Dra. Célia Sakurai - Núcleo de Estudos de População-NEPO,
Universidade Estadual de Campinas
Faces da Latinidade: Hispano-Americanos em São Paulo
Sidney A. da Silva - Prof. da Universidade Federal do Amazonas - UFAM
Migrações Recentes da Ásia para o Brasil
Sônia Maria de Freitas - Memorial do Imigrante/São Paulo
(©
Oriundi)
Imigração: CE presta ajuda urgente a Espanha, Itália e Malta
A Comissão Europeia decidiu co-financiar
diversas acções levadas a cabo em Espanha, Itália e Malta para fazer
face aos fluxos de imigrantes ilegais, classificando esta ajuda de
emergência como um «gesto de solidariedade» com estes Estados-membros.
No total, o executivo comunitário vai co-financiar com 3,28 milhões
de euros seis projectos - três dos quais em Espanha, dois em Malta e um
em Itália - , todos com a duração prevista de quatro meses, e que têm
como objectivo melhorar a resposta das autoridades destes países aos
grandes fluxos migratórios que têm atingido as suas costas.
Dois dos três projectos em Espanha visam reforçar as estruturas de
primeiros socorros e acolhimento dos imigrantes ilegais em diversos
locais das ilhas Canárias e o terceiro consiste em prolongar a
vigilância marítima para prevenir os fluxos migratórios provenientes da
Mauritânia.
Os projectos malteses visam reforçar igualmente a vigilância marítima
e as operações de busca e salvamento nas águas em tornos das ilhas
maltesas, e por outro lado melhorar as condições de acolhimento e de
vida nos centros para os imigrantes «sem papéis».
Por fim, o programa italiano é levado a cabo em Lampedusa e consiste
em reforçar os meios de ajuda imediata aos imigrantes ilegais que
desembarcam na ilha e reforçar as capacidades de acolhimento das
autoridades italianas.
O comissário europeu responsável pelas áreas da Justiça, Liberdade e
Segurança, Franco Frattini, comentou que o financiamento hoje decidido
em Bruxelas constitui «um gesto imediato e concreto de solidariedade da
União Europeia, que se inscreve numa estratégia global», defendendo uma
vez mais a necessidade de os Estados-membros desenvolverem «uma
estratégia comum de gestão integrada das fronteiras marítimas».
Frattini recordou que durante o Verão, a Comissão já contribuiu com
3,4 milhões de euros para reforçar o orçamento da agência europeia de
fronteiras (Frontex), para a realização de operações marítimas
conjuntas.
No âmbito de uma dessas missões, a missão «Hera 2», uma corveta
portuguesa, com tripulação conjunta, encontra-se há sensivelmente cinco
semanas a patrulhar as águas territoriais de Cabo Verde para prevenir a
saída de imigrantes ilegais rumo às Canárias.
(©
Diário Digital)
Bruxelas pede que os 25 ajudem
a Espanha a lutar contra a imigração
Alemanha, Áustria e Holanda exigem que o governo
espanhol seja firme com os "sem papéis"
Ana Carbajosa e Adrián Soto
em Tampere
O vice-presidente da Comissão Européia, Franco Frattini, pediu ontem aos
25 um esforço para ajudar a Espanha, Itália e Malta diante da chegada de
imigrantes irregulares. O pedido foi bem recebido em geral pelos
ministros do Interior e da Justiça da UE, que, reunidos na cidade
finlandesa de Tampere, exigiram que a Espanha expulse imediatamente os
"sem papéis" que chegam às suas costas. Os ministros disseram
compreender o drama humano que representa arriscar a vida para tentar
chegar à Europa e concordaram que a imigração é um assunto que concerne
a toda a UE.
Mas também não faltaram críticas. Alemães e holandeses, entre outros,
tiveram palavras muito duras para a política migratória espanhola.
"Pedir dinheiro a outra pessoa é sempre a maneira mais fácil de resolver
um problema", disse o titular do Interior alemão a jornalistas.
O governo espanhol, representado em Tampere por três ministros, pediu à
UE um esforço diplomático para negociar acordos de readmissão de
imigrantes com os países africanos. "A Europa é mais forte na negociação
diplomática que a Espanha; 25 países têm mais força que um", disse o
ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba. O ministro da Justiça,
Juan Fernando López Aguilar, por sua vez, explicou que "a maioria dos
africanos que chegam às Canárias são de língua francesa que aspiram a
chegar a outros pontos da Europa diferentes da Espanha. Vão para o
norte". Frattini chegou a conclusões semelhantes ao explicar a situação
de Portugal, onde uma das maiores comunidades de imigrantes procede da
Ucrânia.
Há meses existe certo consenso de que toda a UE deve ajudar os países
membros que por sua situação geográfica recebem mais fluxos de
imigrantes ilegais. Mas esse consenso hesita na hora de dar o dinheiro
ou os barcos-patrulha necessários, como deixou claro ontem a delegação
alemã.
O ministro do Interior da Alemanha, Wolfgang Schäuble, também disse aos
jornalistas de seu país que "Não se começa pedindo dinheiro aos outros".
Ele lembrou que no final dos anos 90 seu país teve de enfrentar, sem que
outros países europeus o ajudassem, a chegada maciça de requerentes de
asilo que fugiam da guerra da ex-Iugoslávia. Depois, na sessão plenária,
mostrou-se muito mais comedido. Ofereceu seu apoio ao governo espanhol,
mas deixou claro que primeiro a Espanha deve repatriar de forma imediata
todos os sem-papéis que chegaram às costas das Canárias.
As declarações do ministro alemão foram precedidas de outras não menos
explosivas do representante alemão das regiões para Assuntos do
Interior, Gunther Bechstein, que afirmou que a Espanha "não vai
naufragar porque chegaram 25 mil imigrantes" às Canárias. E acrescentou
que os recursos espanhóis deveriam bastar para solucionar o problema.
Os alemães não foram os únicos que pediram mais rigidez a Madri. A
ministra da Imigração e Integração da Holanda, Rita Verdonk, opinou que
"a Espanha é em parte responsável pelo problema, por ter legalizado os
imigrantes. As máfias viram nisso um sinal positivo", acrescentou a
ministra conservadora, falando à imprensa. Na mesma linha manifestou-se
a representante austríaca.
E talvez tenha sido esse acúmulo de reticências que levou o comissário
Frattini a se mostrar muito enérgico no final da reunião. "Ou dividimos
o custo ou teremos de dividir os imigrantes. Queiramos ou não",
salientou.
Uma das propostas que Frattini levou a Tampere foi a de dedicar parte do
fundo de solidariedade europeu, destinado inicialmente a catástrofes, às
crises migratórias como a das Canárias. A Finlândia, país que preside
neste semestre a União Européia, propôs no documento de trabalho da
reunião que se dividam de forma solidária boa parte dos gastos que terão
de enfrentar os países receptores de imigrantes ilegais. Concretamente,
os custos administrativos de recepção e retorno. O texto da presidência
teve boa recepção em geral, mas os 25 não se pronunciaram formalmente
nem adotaram qualquer decisão por se tratar de um conselho informal.
Enquanto isso, em Bruxelas, a Comissão Européia divulgou dados segundo
os quais no ano passado gastou somente 21% (cerca de 13,2 milhões de
euros) do orçamento destinado à imigração, informa Andreu Missé.
Esses dados foram divulgados pela comissária de Orçamentos, Dalia
Grybauskaité, ao apresentar a liquidação do orçamento para 2005. A
comissária indicou que a ineficiência nos gastos em termos de imigração
deve-se "à falta de coordenação das políticas de imigração entre os
Estados membros". Acrescentou que havia dinheiro disponível para essas
políticas, mas que os fundos nem sempre são utilizados de maneira
eficaz.
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
(©
El País)
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