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Estudante italiana vai à Justiça contra a matemática

17/09/2002

 

 


Roma - A alegação, solenemente apresentada diante do Tribunal Regional de Trento, na Itália, parecia inacreditável. Viviana L., aluna da 4.ª série do Liceu Científico Leonardo da Vinci, naquela cidade, explicava: - Eu não tenho nenhuma dificuldade com a matemática. Eu simplesmente ´odeio!´ a matemática, ela me causa um bloqueio psicológico, e por isso fui reprovada. Não é justo.

   Os advogados deram-lhe imediatamente razão, ou, pelo menos, o benefício da dúvida. A história foi contada pelo diário italiano La Repubblica, e se resume ao seguinte: Viviana ficou perturbada quando apareceu no quadro das notas, ao lado de seu nome, a palavra "reprovada", devido a uma sofrível nota 3 em matemática. E resolveu levar o caso ao Tribunal.

   Os advogados recorreram a um psicólogo de renome, lá mesmo em Trento, e solicitaram uma perícia nos meandros da mente de sua cliente. E o psicólogo não economizou no psicologuês: Viviane nutre um "medo obsessivo", uma verdadeira "patologia psicológica" em relação à matemática. Quem, neste ponto, deixaria de lembrar-se de Freud? Pois com toda a razão.

   Porque lá atrás, na origem da psicose, quem mais poderia estar, a não ser o pai, e também a mãe da garota? Foi este o quadro que os advogados apresentaram em petição ao tribunal: "Viviana L. é perturbada por uma total e invencível idiossincrasia pela matemática, e apesar de seus esforços, e da ajuda da família, ela foi apenas se agravando, até atingir a atual insuficiência grave nessa matéria, causa única da reprovação".

   "Apesar da ajuda da família". O que fizeram os pais diante do problema da filha? Contrataram um professor particular. Isso, no entender dos advogados, agravou o problema, pois, se Viviane já tinha a sua fobia com as aulas do colégio, ela se multiplicou depois da providência do pai e da mãe.

   Os advogados da aluna apresentaram a seguinte tese: "Todas as notas de Viviana são boas, entre 7 e 9 nas outras matérias, com média 7. Ela está particularmente bem em línguas estrangeiras. A insuficiência em matemática não deriva de um escasso empenho escolar, como o supõe o conselho da classe, mas sim de um verdadeiro bloqueio psicológico em relação à matéria, que vem desde a infância, até chegar à atual situação que o psicólogo define como irreversível".

   "Nesta situação, sendo quase certo que nem mesmo a repetição da 4.ª série viria trazer qualquer serventia à moça, visto que, com toda a probabilidade, no término do próximo ano ela viria a encontrar-se na mesma situação de hoje, a reprovação equivale a dizer que Viviana verá agora definitivamente encerrada a sua carreira escolástica, com a renúncia a qualquer aspiração aos estudos superiores".

   O tribunal discutiu a questão na reunião do conselho e apresentou sua decisão: Viviana passa à 5.ª série do Liceu. Podem comemorar, portanto, todos aqueles que a matemática atormenta. Declarem-se psicologicamente atacados por ela e sigam em frente. A jurisprudência, como vimos, já existe. estadao.com.br)

 

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