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L'Unità, ex-órgão oficial do PC italiano, volta às bancas

16/10/2000

 

 

   PARIS - Após três meses fechado, o tradicional "L'Unità", ex-órgão oficial do Partido Comunista Italiano e depois do PDS (Partido Democrático da Esquerda, atual nome do PCI), voltará às bancas a partir de 7 de novembro.

   Na quinta-feira, os novos proprietários e os sindicatos conseguiram selar um acordo mediado pelo ministro do Trabalho, Cesare Salvi, do PDS. "É uma chaga aberta que se fecha", declarou ele.

   Os novos acionistas vão investir cerca de US$ 11 milhões para relançar o jornal, cujo número de funcionários será reduzido. A nova redação terá apenas 44 jornalistas. Uma miséria, quando se sabe que tinha 236 em sua época áurea, nos anos 70 -naquele tempo, vendia 1 milhão de exemplares por dia.

   Segundo os novos proprietários, não existe outra saída para salvar o jornal, cuja circulação tinha caído para 50 mil cópias diárias e que vinha perdendo cerca de US$ 40 mil por dia.
A liquidação do jornal foi decidida em julho, quando sua dívida acumulada chegou a US$ 33 milhões. Apesar disso, a redação continuou, durante várias semanas, a publicar o jornal na Internet. A situação se manteve assim até o mês passado, quando as últimas linhas telefônicas foram cortadas, a sede do jornal foi parcialmente fechada e seu site na Internet passou a ostentar uma cruz preta.

   Diante do risco de fechamento total e definitivo e munidos da garantia de que os funcionários demitidos teriam direito a indenizações, os sindicatos finalmente chegaram a um acordo com os novos donos. Além do editor, Alessandro Dalai, o novo conselho de administração será integrado por Marialina Marcucci, antiga proprietária da emissora de TV Videomusic; Marco Boglione, presidente do grupo têxtil Robe Di Kappa, e uma empresa distribuidora de jornais.

   O PDS, que tinha 25% do jornal, não terá cadeiras no conselho. "Ou, pelo menos, não por enquanto", disse Dalai. O editor também anunciou que o jornal terá apenas 28 páginas e que sua primeira meta será recuperar o nível de vendas de julho.

   Com esse objetivo em mente, os novos proprietários chamaram Furio Colombo, um dos grandes jornalistas do "La Stampa" e, depois, do "La Repubblica", para ser o novo diretor do "L'Unità". Colombo também foi correspondente do "La Stampa" em Washington, além de diretor da Fiat nos Estados Unidos.

   Ele terá a colaboração de Antonio Padellaro, atual vice-diretor do semanário progressista "L'Espresso". "O jornal criado por Antonio Gramsci" (fundador do PCI) em 1924 destina-se a "uma esquerda mais ampla e plural", segundo Dalai. "Será um jornal ao mesmo tempo liberal e radical", acrescentou o editor, explicando que o principal objetivo é "atrair a nova classe de intelectuais, banqueiros, financistas e escritores".

   O novo "L'Unità" vai se propor a fazer concorrência com o jornal "La Repubblica" (cuja circulação é de mais de 700 mil exemplares diários), dirigindo-se a um público mais jovem, fora da órbita do PDS, sem, no entanto, perder a preferência dos velhos militantes.(Libération/FSP - Trad. Clara Allain)


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