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Moedas perdidas revelam queda populacional na Roma antiga

12/10/2009

Denario feito a mando de Quinto Antonio Balbo em 82 a.C.
 

Tesouro era enterrado durante guerras, o que dá pista sobre despovoamento

RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

Estudando a distribuição, ao longo do tempo, de moedas romanas escondidas durante períodos de conflito interno, dois pesquisadores nos EUA concluíram que houve um declínio da população da Itália durante o século 1º a.C., resolvendo uma questão há muito debatida.

"Em tempos de violência as pessoas tendem a esconder seus objetos de valor, que são depois recuperados -a menos que seus donos tenham morrido ou sido expulsos. Assim, a distribuição temporal de moedas escondidas é uma excelente pista da intensidade de guerra interna", escreveram os autores em artigo na revista científica americana "PNAS".

Os dois são de áreas diferentes do conhecimento e, no caso, complementares. Peter Turchin é do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva da Universidade de Connecticut e Walter Scheidel é do Departamento de Estudos Clássicos da Universidade Stanford.

"Os tesouros escondidos tinham desde três a quatro moedas até algumas dezenas de milhares. Cem denários equivaliam à metade do salário anual de um soldado", disse Turchin à Folha. O "denarius" (plural: "denarii") era uma moeda de prata com cerca de quatro gramas de peso. A palavra está na origem da palavra "dinheiro".

Perdendo o censo

Os romanos, tanto no período republicano (do século 5º a.C ao século 1º a. C.) quanto no Império que o seguiu, realizavam censos de seus cidadãos, necessários para fins de taxação, recrutamento militar e direito de voto em assembleias. Contavam-se apenas os homens adultos. Os números registrados passaram de cerca de 200 mil para perto de 400 mil entre a metade do século 3º a.C. e o final do século 2º a.C.

Com a extensão da cidadania romana ao resto da Itália depois da chamada Guerra Social (91-89 a.C. ), os números praticamente triplicaram. Três censos feitos pelo imperador Augusto em 28 a.C., 8 a.C. e 14 d.C. mostram um número de 4 milhões passando para 5 milhões.

Mesmo levando em conta a extensão da cidadania, os números não batem. Falta explicar como a população de romanos teria aumentado até três vezes no século anterior ao primeiro censo de Augusto. É que todo esse período foi marcado por três grandes guerras civis, sem falar em conflitos menores, doenças e fome.

A solução de uma corrente de pesquisadores foi concluir que os censos de Augusto passaram a incluir também mulheres e menores. É a chamada hipótese de "contagem baixa". Mas as fontes históricas não fazem menção a contagens diferentes.

Outra corrente, a da "contagem alta", assume que não houve mudança na identidade das pessoas recenseadas. Ela se baseia na crença de que os censos republicanos se tornaram cada vez mais imprecisos, e portanto exagerariam a escala de aumento populacional.

O problema é que isso resultaria em uma população total que iria de 15 milhões a 20 milhões. Seria alta demais para a época romana, pois só na metade do século 19 é que a Itália atingiu essa cifra.
O modelo criado pelos dois pesquisadores, adicionando os tesouros de moedas como uma variável ao longo do tempo, demonstrou ser mais compatível com a "contagem baixa".

(© Folha de S. Paulo)


Nelle monete antiche, la storia di Roma

Una formula matematica mette in relazione i tesori sepolti, le guerre e i cali demografici. Lo sudio su Pnas

I tesori sepolti dell'Antica Roma potrebbero riscrivere parte della storia che conosciamo, indicando l'esatto andamento demografico delle popolazioni nei periodi di battaglie e carestie. Alcuni studiosi dell'Università del Connecticut, infatti, hanno messo a punto un modello matematico che mette in relazione la distribuzione temporale delle monete "nascoste" con l'"intensità" delle guerre. Il sistema si basa sull'assunto che tesori e soldi venivano sepolti prevalentemente in periodi di crisi e violenze, che notoriamente portano a un declino della popolazione.

Come Peter Turchin e Walter Scheidel riportano sui Proceedings of the National Academy, da una prima applicazione del modello è emerso che la popolazione italiana del primo secolo a.C. sarebbe diminuita drasticamente. Un’ipotesi che contrasta fortemente con quella finora ritenuta corretta, che ipotizza un raddoppio del numero degli abitanti nello stesso periodo.

I ricercatori hanno calcolato il tasso di crescita della popolazione come funzione lineare dell’intensità dei disordini civili, misurati con il numero di sacchi di monete ritrovate. Il modello ha incluso i dati relativi al periodo antecedente il 100 a.C, in cui la popolazione viveva un momento relativamente tranquillo. Dai risultati risulta evidente che la maggior parte dei cumuli di monete rinvenuti coincidono con periodi di guerre e disordini civili, come nel caso della Seconda Guerra Punica contro Annibale (219-201 a.C.), confermando la veridicità della correlazione.

“I ritrovamenti di tesori nascosti sono eccellenti indicatori di guerre o  tumulti interni, non solo nell'Antica Roma, ma in tutte le popolazioni antiche”, ha spiegato Turchin: “Dalle piccole catastrofi personali, infatti, possiamo avere un'idea di cosa è accaduto a livelli macroscopici nella società”. Secondo i ricercatori, il modello, che si basa su dati quantitativi ed empirici, è in grado almeno in parte di sopperire all'attuale mancanza di dati statistici. (s.l.)

(© Galileo)

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